Prontos para o Céu

PRONTOS PARA O CÉU

O leitor, se viveu décadas terá visto o que eu vi. Muitos jovens também já viram. Não se fica indiferente. A cada morte é mais um ser humano que se despede para sempre deste mundo. Nós católicos cremos que a ressurreição aqui foi para poucos. Não cremos em reencarnação. Assim, para a quase totalidade, morre-se uma vez. Depois vem a eternidade. Acompanhei a morte de vários amigos e amigas, anciãos, adultos, jovens, sacerdotes, religiosos, minha mãe e minha irmã. Pude conversar com todos, antes do seu gran-finale. Na quase totalidade, percebi que estavam preparados para abrir a cortina da eternidade. Não havia medo neles. Aceitaram submissamente os tratamentos que os médicos ofereciam, mais para amenizar do que para curar. Entenderam num determinado momento da enfermidade, que não haveria recuperação e decidiram entregar-se ao dono da vida.

DESPEDIDAS: Presenciei estas despedidas em crianças, adolescentes, jovens, adultos e anciãos, religiosos, homens e mulheres igualmente. O último a cuja morte assisti era um sacerdote jovem. Um dia antes, olhou-me fixamente e me disse que estava indo tranqüilo. No céu, oraria muito pela igreja e pelos que ficaram porque, da parte dele, a batalha estava concluída. A leucemia vencera. Só lhe restava, como São Paulo, esperar a coroa, porque havia combatido o bom combate. Brincamos, ele sorriu no meio das dores e disse: – Achei que seria mais difícil, mas meu corpo se adaptou ao sofrimento. Para mim o último suspiro vai ser uma libertação. Pedi a ele que falasse de mim lá no céu. Garantiu que o faria. Acredito na intercessão dos santos daqui e de lá. Você também reze por mim, caso do lado de lá haja alguma expiação além do que já expiei por aqui…”, disse ele.

TODAS AS IGREJAS: Conversei com pessoas de outras religiões. No momento do morrer, dei a benção final. As pessoas de vida santa, sobre as quais eu não tinha a menor dúvida, estavam indo para o céu. Mas o conceito de céu mudou muito em mim a partir das mortes que vi que assisti. Era a catequese do morrer, concluindo a catequese do viver porque uma não é oposto da outra.

Quando a gente sabe que está indo e vai estar bem na outra terra, a despedida dói muito menos. Quando não se sabe aonde se vai e porque se vai, dói muito mais. Sem um porque exclamativo e outro interrogativo tanto a vida como a morte perdem o significado! Este tempo de quaresma e páscoa devem nos ajudar a questionar estes dogmas. Cremos ou não cremos que somos mais do que este corpo? Se somos cristãos, devemos esta resposta a nós mesmos.

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