Na piedade popular inspirada em nossa fé católica, o Dia de Finados é marcado por três características: é o dia da saudade, o dia de fazer memória, o dia de professar a fé na ressurreição dos mortos.
Finados é o dia da saudade porque nos faz sentir a ausência de quem foi presença em nossas vidas. Saudade é sentir falta da presença de alguém que caminhou ao nosso lado.
Finados é o dia de fazer memória. Ao mesmo tempo que se sente a ausência, revive-se a presença. Estamos sempre nos lembrando de quem passou por nossa vida fazendo o bem.
Finados é o dia de professar a nossa fé na ressurreição dos mortos. Se a certeza da morte nos entristece, a promessa da ressurreição nos faz viver da esperança de que a morte não é o fim da vida. Mas é a passagem de uma vida peregrinante por este mundo para uma vida na pátria definitiva.
Finados é o dia de orar pelos mortos. Nós cristãos assim oramos: “Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno e a luz perpétua os ilumine.” Entre a morte e o definitivo e total encontro com a luz de Deus, pode-se passar pela purificação. Rezamos pelos mortos para que esta passagem pela purificação seja o mais breve possível.
Acreditamos que, no íntimo de todo coração humano, há um desejo incontido de Deus. O salmista traduz este sentimento com esta oração: “A minha alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo. Quando terei alegria de ver a face de Deus?” (Sl 84, 3 )
Rezamos pelos mortos para que, quanto antes, tenham a alegria de ver a face de Deus.
(Dom Eduardo Koaik, 1926-2012, in memoriam)