“Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo!” Assim proclamou a Sexta-feira Santa, convidando os fiéis a adorarem o Cristo Crucificado que se imolou por amor. Para ser fiel à sua missão, assumiu a cruz. Derramando seu sangue, redimiu a humanidade. “Tudo está consumado!” - assim Ele concluiu sua missão, podendo exclamar com humildade e amor filial: “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito.”
As trevas que dominaram a humanidade logo se encontraram com as trevas da noite que chegou triste, chorando a morte do justo. Alguns, zombando do Crucificado, sentiam-se satisfeitos porque conseguiram calar a voz do profeta que os incomodava com sua pregação de justiça e fraternidade. Outros, desesperados e até decepcionados, lamentavam a morte porque viram no Calvário o fim de todas as esperanças. Deixado no túmulo, o Redentor parece ter sido derrotado. As forças do mal falaram alto e o silêncio do sepulcro parece ser o sinal de que tudo acabou.
Mas a palavra final não pertence à morte e sim à vida. As Escrituras anunciaram que o Servo Sofredor iria triunfar, o próprio Cristo por diversas vezes alertara os discípulos de que ressuscitaria. Por isso o “Aleluia” – contido durante toda a Quaresma – explodiu em sons intensos na Vigília Pascal, manifestando a alegria pela vitória do Redentor.
Os desesperados reconstroem a esperança. Os que julgavam ter calado o grande profeta sentem-se derrotados. O bem falou mais alto, a vida triunfou. Por isso, o Apóstolo Paulo pode interrogar: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?”
A ressurreição de Jesus é a verdade fundamental do cristianismo. Afinal, como nos ensina o Apóstolo, ”se Cristo não tivesse ressuscitado nossa fé seria vã e nós seríamos uns tolos”. É também a garantia de que ”se Cristo ressuscitou nós também ressuscitaremos”. Por isso a morte não é mais o ponto final. Ela foi vencida.
O Domingo de Páscoa e o Tempo Pascal continua vivendo esse clima de alegria e de vitória. A comunidade entoa cantos festivos, rejubilando-se com o grande acontecimento salvífico. Páscoa quer dizer passagem, da morte para a vida. Portanto celebrar a páscoa de Cristo é celebrar a nossa passagem, do pecado para a graça, do egoísmo para o amor, da tristeza para a alegria.
Celebrar a Páscoa é ter a certeza de que o bem triunfará, a verdade e a justiça serão implantadas. É assumir o compromisso com a vida, lutando contra o aborto, a eutanásia, a pena de morte. Lutando contra os sistemas político-econômicos que colocam o dinheiro e o lucro acima do ser humano. Lutando para que todos sejam respeitados em sua dignidade de pessoas, criadas à imagem e semelhança de Deus.
A celebração pascal deve impregnar nossa vida de fé e confiança, pois Jesus Ressuscitado é o companheiro que caminha ao nosso lado. Na Páscoa de Jesus encontramos o sentido pleno para a nossa vida. Por isso a Igreja nos convida a cantar: “Este é o dia que o Senhor fez para nós! Alegremo-nos e nele jubilemos!” (Luiz José Forti – membro da Assessoria de Comunicação da Diocese de Piracicaba